Câmara setorial da ovinocultura debate Fundovinos, selos de qualidade e participação na Expointer
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Os assuntos tratados na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Ovinocultura nesta terça-feira (14/11) foram muitos. A reunião, presencial e online, durou cerca de 3 horas, com temas diversos e importantes.
Na abertura, o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Giovani Feltes, falou sobre o Edital de Chamada Pública do Fundovinos, com recursos de R$ 5 milhões de reais. O edital está recebendo propostas até 14/12/2023 e o vencedor fará a gestão de recursos por um período de 36 meses. “É muito importante para a valorização do setor a utilização deste recurso e a participação da cadeia”, destacou Feltes. Os recursos serão para feiras e outros setores relacionados ao desenvolvimento da ovinocultura. Mais informações veja aqui.
O auditor fiscal federal agropecuário Rodrigo Pereira, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), abriu a reunião falando sobre os desafios para a exportação de ovinos. Segundo ele, os caminhos passam por questões sanitárias, políticas e comerciais. “Nós temos o produto que o mercado quer, precisamos ver qual a melhor solução para entregar este produto”, destaca. As questões sanitárias estão detalhadas no Código Terrestre, que define normas para a saúde e bem-estar dos animais terrestres, incluindo normas para o comércio internacional.
Uma das limitações é o scrapie, doença degenerativa que afeta os ovinos. Mas para ser zona livre, país livre, propriedade certificada livre ou compartimento livre desta doença, necessária para os países que querem exportar, é obrigatório estar sem registro há pelo menos sete anos, com programa oficial em execução e itens da análise de risco cumpridos neste período. “Precisamos começar a pensar nisso e definir onde queremos chegar”, afirma ele.
Outra doença que atinge os ovinos e que é fonte de preocupação pelo Serviço Veterinário Oficial é a mosca da bicheira. De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Ovina (Proeso), Nathalia Bidone, o Brasil está na fase de discussão de custos, das responsabilidades compartilhadas, da parceira com o setor privado e da cooperação internacional para implantação de um programa de combate da mosca da bicheira. “Mas além do Brasil, para dar certo, teria que ser implantado em outros países da América do Sul, único lugar do mundo onde ainda existe esta doença”, destaca Nathalia. Segundo ela, o país que está mais avançado neste processo de erradicação é o Uruguai.
O primeiro programa de sucesso foi implantado nos Estados Unidos ainda na década de 1950 e em 1966 a mosca foi erradicada do país.
Resultados do Simpósio em Informe Técnico
Os resultados do “2° Simpósio Gaúcho de Ovinocultura: O mercado da lã no RS”, realizado em Santa Maria no mês de junho, vão ser publicados em breve pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) no seu Informe Técnico. De acordo com Gabriel Fiori, do Departamento, a comissão organizadora segue se reunindo para filtrar e compilar todas as sugestões de ações que foram feitas nos grupos de trabalho.
A coordenadora da Câmara, Elisabeth Lemos, destacou que o Simpósio foi muito proveitoso, discutindo a produção, os mercados, os usos da lã, entre outros. Ela informou também que algumas das sugestões levantadas já vem sendo desenvolvidas, como a profissionalização da esquila. Segundo ela, a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) tem o “Programa de Certificação da Lã Gaúcha”, que fornece um selo de certificação quando o criador segue algumas práticas que irão garantir um produto sem incidência de contaminantes que desvalorizam a produção.
“Além deste selo da Arco, temos acompanhado algumas ações importantes para valorização da ovinocultura como o Selo Cordeiro Gaúcho Premium, lançado na Expointer deste ano em parceria com a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT)”, destaca a coordenadora. E o protocolo de intenções, assinado também na Expointer, entre a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para criação do Selo Ambiental da carne.
Participação na Expointer
Elisabeth Lemos apresentou um balanço da Expointer 2023, que ocorreu de 23 de agosto a 03 de setembro. “Foram muito eventos na Feira, todos os dias estávamos com alguma atividade, algum destaque na imprensa como o recorde de inscrições e o maior número de animais na feira, os julgamentos, palestras, o desfile das artesãs, a vitrine da carne, o Simpósio no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS), muitas ações”. E a ideia é propor para a feira de 2024 um conjunto de ações coordenadas tendo como slogan “Ovinocultura na Expointer”.
Participaram da reunião: Arco, Farsul, Sicadergs, Fundesa, Fetag, Mapa, Centro Universitário da Região da Campanha (Urcamp), Grupo Abascal, Emater, Associação de Criadores de Ovinos de Dom Pedrito (Acodope), Associação pela Grandeza e União de Palmas (AGrUPa) e Seapi.