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Resultados de pesquisas da Seapi sobre acácia são apresentados em Triunfo

Evento reuniu cerca de 70 acacicultores na noite desta quinta-feira

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Pesquisador Jackson Brilhante, do DDPA/Seapi, falando sobre o manejo da fertilidade do solo em florestas de acácia
Pesquisador Jackson Brilhante, do DDPA/Seapi, falando sobre o manejo da fertilidade do solo em florestas de acácia - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi
Por Maria Alice Lussani

Tratos culturais e tecnologia no plantio, fomento florestal, modelos de negócio e fertilidade e fitopatologia foram temas do encontro realizado nesta quinta-feira (13/02) à noite, no CTG Estância da Vendinha, em Triunfo. O “Encontro Técnico de Produtores de Acácia”, organizado por uma empresa do setor, contou com a participação de cerca de 70 produtores. Entre os palestrantes, pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

“A apresentação de nossas pesquisas e tecnologias diretamente para produtores é essencial e uma oportunidade para nós, pois permite que o trabalho de anos chegue ao real interessado, e que ele tenha a ferramenta e o conhecimento mais atualizado para aumentar sua produtividade, com sustentabilidade ambiental e financeira”, destaca o diretor do DDPA, Caio Efrom.

Os pesquisadores Rosana Morais, Andreia Oliveira e Jackson Brilhante apresentaram as pesquisas que estão sendo desenvolvidas sobre manejo da fertilidade do solo, combate de pragas e doenças da acacicultura.

O engenheiro florestal e pesquisador Jackson Brilhante apresentou os resultados de estudos sobre o manejo da fertilidade do solo em florestas de acácia-negra, visando aumentar a produtividade da madeira e da casca. “Destacamos que o acacicultor deve sempre realizar a análise do solo e observar os níveis críticos de fósforo, potássio, cálcio e magnésio para garantir a reposição adequada durante a implantação das florestas”, afirmou.

Segundo Jackson, um dos nutrientes extraídos em grande quantidade do solo é o cálcio. Em média, a cada colheita (madeira e casca) de floresta de acácia-negra, são retirados 300 kg de cálcio por hectare e 100 kg de magnésio por hectare. Isso significa que o solo deve ter teores maiores que 0,75 cmolc/dm³ de cálcio e 0,41 cmolc/dm³ de magnésio. “Portanto, para que o produtor consiga manter e até mesmo aumentar a produtividade das florestas de acácia-negra, é necessário aplicar calcário, que pode ser dolomítico ou calcítico”, destacou Jackson.

O pesquisador também apresentou os sintomas de deficiência de nutrientes e de doenças causadas pelo excesso de fertilização nitrogenada em sistemas de produção de acácia-negra consorciada com melancia.

Já a pesquisadora Andréia Rotta de Oliveira, abordou as doenças que afetam a cultura nas diferentes fases de desenvolvimento, com ênfase para a incidência de fungos causadores da gomose (Phytophtora spp.) e da murcha (Ceratocystis spp, Fusarium spp.), que são as doenças que mais trazem prejuízos ao cultivo da acácia.

besouro serrador (Oncideres spp.), uma das principais pragas da acacicultura
Besouro serrador (Oncideres spp.), uma das principais pragas da acacicultura - Foto: Rosana Morais/CEFLOR

Os estudos desenvolvidos pelo DDPA, em parceria com outras instituições, sobre uma das principais pragas da acacicultura, o besouro serrador (Oncideres spp.) também foram pauta da encontro. De acordo com a pesquisadora Rosana Morais, do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (CEFLOR), localizado em Santa Maria, estes besouros cortam galhos laterais e fustes de acácia-negra, danificando a arquitetura da planta e podendo levar as mais jovens à morte. As pesquisas em andamento avaliam o emprego de imagens multiespectrais via drone para a detecção de ataques, prospectam microorganismos e produtos que possam causar doenças nos insetos, bem como analisam o impacto da paisagem na ocorrência de danos. “As investigações buscam alternativas de monitoramento, de controle e um melhor entendimento sobre a ecologia dos serradores”, afirma Rosana.

Os fiscais estaduais agropecuários do Departamento de Defesa Vegetal (DDV) também participaram do encontro.

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