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Projetos da Secretaria da Agricultura são contemplados em edital Fapergs sobre desastres climáticos

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Sistemas agroflorestais e recuperação do solo pós-enchente são alguns temas dos projetos aprovados
Sistemas agroflorestais e recuperação do solo pós-enchente são alguns temas dos projetos aprovados - Foto: Fernando Dias
Por Elaine Pinto

Dois projetos de pesquisa da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) foram escolhidos no Edital 06/2024 da Fundação de Amparo à Pesquisa do RS (Fapergs), referente ao Programa de Pesquisa e Desenvolvimento voltado a Desastres Climáticos. Cada projeto tem prazo de execução de dois anos.

O primeiro projeto aprovado, coordenado pelo pesquisador José Reck Júnior, traz o conceito de “Uma Só Saúde”, ou Saúde Única, para pensar no diagnóstico e estratégias de resiliência a desastres, dentro do contexto das mudanças climáticas experimentadas pelo Rio Grande do Sul. 

“Essa abordagem entende que a saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente estão interligadas e precisam ser cuidadas juntas. As enchentes deste ano mostraram como desastres podem afetar essas três áreas ao mesmo tempo”, pontua a bióloga Ludmila Baethgen, coordenadora adjunta do projeto. 

O diretor do DDPA, Caio Efrom, com Ludmila e Reck
O diretor do DDPA, Caio Efrom, com Ludmila e Reck

São três subáreas de atuação: uma que fará o diagnóstico dos danos causados pela catástrofe climática recente, outra que desenvolverá propostas de mitigação de novos desastres, e uma terceira, voltada para Educação em Desastres.

“No diagnóstico, vamos fazer um comparativo de situação da saúde animal, em espécies de produção e silvestres, e da ocorrência de zoonoses em animais e humanos, antes e depois das enchentes. Também vamos analisar os conjuntos de microrganismos nos solos atingidos”, detalha Reck.

Na subárea de mitigação, estão previstos: desenvolvimento de uma ferramenta inovadora para monitoramento da capacidade de retenção e absorção de água no solo; manutenção e disponibilização da Coleção de Rizóbios para uso em cultivos de sistema agroflorestal, visando a recuperação de áreas atingidas; desenvolvimento e seleção de cultivares agrícolas resilientes; e implantação de sistemas agroflorestais em áreas estratégicas, para prevenir e mitigar os impactos dos desastres.

"Outro componente diferencial desse projeto é a conscientização, educação e capacitação de comunidades ligadas ao agronegócio, preparando-as para desastres associados a mudanças climáticas", complementa Ludmila.

Por sua característica interdisciplinar, além do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi (DDPA/Seapi) e sete de seus centros de pesquisa, também participam do projeto: Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Secretaria Estadual da Saúde (SES), Hopeful – Startup de Educação em Desastres – Tecnopuc, University of Illinois at Urbana-Champaign, Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Emater/RS-Ascar, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Feevale, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS).

Recuperação de áreas arrozeiras

Solo de terras baixas afetado por erosão após as enchentes de maio
Solo de terras baixas afetado por erosão após as enchentes de maio - Foto: Fernando Dias

Já o projeto coordenado pelo pesquisador Luciano Kayser Vargas se volta para o cultivo de arroz em terras baixas, um dos mais atingidos pelas enchentes de abril e maio, visando a recuperação da qualidade do solo nestas regiões.

“A Região Central do estado foi a mais afetada pelas chuvas de abril, início da tragédia climática. O dano principal em relação ao solo foi a deposição de grandes bancos de areia e cascalho, variando de 10 a 50 centímetros, em mais de 5 mil hectares. Além dos parâmetros químicos, as áreas afetadas precisarão também de reparos nos seus atributos biológicos e físicos”, explica Kayser.

A proposta contemplada pelo edital vai avaliar o impacto da enchente sobre os estoques de carbono e a densidade dos solos afetados; as taxas de emissão de gases do efeito estufa em áreas de arroz impactadas pela enchente; a qualidade biológica dos solos impactados pela enchente; e a produtividade do arroz nos diferentes sistemas de manejo propostos, em comparação com o manejo-padrão dos produtores.

“A meta é que haja a recuperação do solo, com posterior transferência das informações geradas nas áreas de referência para os produtores da região”, conclui Luciano. 

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