Boletim do Copaaergs traz orientações técnicas para cultivos durante o verão de 2025
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O prognóstico climático para os meses de janeiro, fevereiro e março 2025 indica chuvas entre normal a ligeiramente abaixo da média no Rio Grande do Sul, especialmente no mês de fevereiro. É o que aponta o Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). As previsões apresentadas pelo boletim são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Valores registrados na primeira quinzena de dezembro indicam anomalias frias na área Central do Pacífico e a possibilidade de leve resfriamento, o que pode levar a evolução para a ocorrência de um fenômeno La Niña de fraca intensidade próximo trimestre.
Para janeiro e março, volumes acima da média podem ocorrer nas áreas mais a Norte e Nordeste e Litoral Norte do Rio Grande do Sul, com volumes um pouco abaixo nas demais áreas do Centro para o Oeste do estado. Estiagem e tempo mais seco são possíveis, especialmente em fevereiro e parte de março, entre a área que vai da Campanha, Oeste, Noroeste e Centro do estado.
Clima de verão será marcado pela variabilidade entre os meses, com chuvas localizadas e temporais mais frequentes no Norte - Nordeste e extremo Sul do estado, enquanto que nas outras áreas pode haver períodos mais prolongados de tempo relativamente seco, especialmente do Centro para o Oeste-Sudoeste do estado.
As temperaturas do ar no trimestre ficam acima da média, especialmente na metade Norte do estado. Variam de normal a ligeiramente acima da média entre janeiro e fevereiro, com eventuais passagens de frente frias e incursões de ar frio que amenizam as temperaturas, especialmente na metade Sul. Maior aquecimento do ar é esperado entre fevereiro e especialmente no mês de março de 2025.
O boletim do Copaaergs é elaborado a cada três meses por especialistas em Agrometeorologia de 16 entidades estaduais e federais ligadas à agricultura ou ao clima. O documento também lista uma série de orientações técnicas para as culturas do período.
- Para reduzir a competição por água no solo, evitar semeadura com altas densidades de plantas;
- Fazer adubação em cobertura quando o solo apresentar umidade adequada ou quando houver previsão de ocorrência de precipitação pluvial;
- Reservar água para irrigação, priorizando os períodos críticos da cultura: floração e enchimento de grãos;
- Se houver demanda por alimentação animal, poderá ser realizada semeadura de milho para obtenção de silagem;
- Atentar para o monitoramento da cigarrinha do milho, realizando o controle conforme orientação técnica;
- Nas semeaduras tardias de soja, utilizar, preferencialmente, cultivares de ciclo longo, e respeitar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático;
- Atentar para o controle de doenças, especialmente a ferrugem asiática da soja, principalmente em períodos com temperaturas amenas e alta umidade do ar e/ou molhamento foliar.
- Informações sobre o monitoramento da doença no Rio Grande do Sul podem ser obtidas em http://www.emater.tche.br/site/monitora-ferrugem-rs/home.
- Racionalizar o uso da água disponível através de técnicas de manejo adequadas, tais como movimentação mínima da água nos quadros e manutenção de baixas lâminas de água;
- Em função do prognóstico de alta disponibilidade de radiação solar ajustar a adubação nitrogenada em cobertura de acordo com as recomendações técnicas para as diferentes faixas de produtividade.
- Manter a vegetação de cobertura do solo, espontânea ou cultivada, associado às práticas de manejo na linha e na entrelinha, de forma a preservar a umidade do solo e evitar processos erosivos, principalmente em áreas com declividade elevada;
- Em função do aumento das temperaturas do ar típica do período e do prognóstico de precipitação que favoreçam o molhamento de folhas/frutos, especialmente nos meses de janeiro e março, dar atenção para o manejo fitossanitário;
- Controlar o excesso de crescimento vegetativo das frutíferas especialmente em áreas com desequilíbrio entre desenvolvimento vegetativo e produtivo;
- Em pomares em produção, na possibilidade de irrigar, priorizar métodos de irrigação localizados (gotejamento ou micro aspersão);
- Considerando a variabilidade das condições meteorológicas neste período, dar atenção especial para monitoramento da maturação para definir o ponto adequado de colheita.
- O prognóstico de precipitação próxima ou abaixo da média requer atenção quanto à necessidade de irrigação, que deve, preferencialmente, ser realizada via sistema de gotejamento, que apresenta melhor eficiência de uso da água;
- Mediante o prognóstico de temperaturas do ar próximas ou ligeiramente acima do padrão climatológico (especialmente em fevereiro e março) recomenda-se proceder ao manejo de abertura de laterais em ambientes protegidos (túneis e estufas), o mais cedo possível, evitando aumento excessivo da temperatura do ar no período diurno no ambiente interno dos abrigos;
- Se possível, usar telas sombreadoras ou refletoras sobre o dossel de plantas para reduzir a incidência de radiação solar e, consequentemente, a temperatura do ar próxima ao dossel.
Adequar o manejo florestal, considerando a possibilidade de precipitação pluvial abaixo da média climatológica.
- Considerando o prognóstico de precipitação abaixo e ou próximo à média climatológica, promover a manutenção da cobertura de solo e de boa disponibilidade de forragem, ajuste da lotação animal conforme o crescimento da pastagem para otimizar os recursos disponíveis;
- Aumentar o estoque de forragens na propriedade, seja no campo (redução da carga animal e diferimento de potreiros), seja através de forragens conservadas (feno ou silagem);
- Utilizar suplementações estratégicas para as categorias dos rebanhos mais necessitados nos períodos em que ocorrerem redução de disponibilidade de forragem;
- Quando possível, indica-se a irrigação de pastagens cultivadas nos períodos de menor precipitação;
- Devido às temperaturas do ar elevadas nesse período, e prognóstico de ondas de calor, o produtor deve ficar atento, pois as condições podem acarretar estresse térmico aos animais, principalmente para vacas de alta produção de leite.