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3º Simpósio Gaúcho de Ovinocultura debate desafios e oportunidades da cadeia produtiva da carne ovina

Evento acontece em Bagé e segue até esta sexta-feira (27/6)

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Evento contou com cerca de 300 participantes presenciais em Bagé - Foto: Fernando Dias/ Ascom Seapi
Por Darlene Silveira/Seapi

A abertura oficial do “3º Simpósio Gaúcho de Ovinocultura: a cadeia da carne ovina – desafios e oportunidades” e da 2ª Mostra Estadual de Pesquisa em Ovinocultura ocorreu nesta quinta-feira (26/6), no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), Câmpus Bagé, na região da Campanha. O evento segue até esta sexta-feira (27/6). A realização é da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) e do Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura do Estado (Fundovinos); do IFSUL; da Embrapa Pecuária Sul, entre outras entidades. Houve transmissão ao vivo no primeiro dia pelo Canal do YouTube do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, que pode ser acompanhada aqui.

O secretário adjunto da Agricultura, Márcio Madalena, falou sobre “A Ovinocultura no Rio Grande do Sul”. Ele destacou a importância do Simpósio, porque é uma oportunidade de colocar em um mesmo espaço todos os elos da cadeia produtiva da ovinocultura. “Essa é a cadeia de proteína animal que mais tem potencial a ser desenvolvido e a que talvez tenha mais fragilidades e gargalos a serem superados”, alertou. “Temos observado que a indústria tem procurado incentivar o processo produtivo, tem investido nisso. E é fundamental que o produtor possa se integrar cada vez mais com a indústria”.

Segundo Madalena, neste ano, em particular, a data do Simpósio coincide com os 90 anos da criação da Secretaria da Agricultura. “A instituição nasce praticamente em função da ovinocultura. Na década de 1930, havia mais de 10 milhões de ovinos no Rio Grande do Sul, a lã era um produto consolidado no Estado, do ponto de vista de mercado e de produção. Então a Defesa Sanitária da Secretaria da Agricultura surge em função do serviço no combate à sarna e ao piolho”, contou. “E, noventa anos depois, observamos que essa é a cadeia que mais precisa se devolver. Creio que, nesse evento, tenhamos que selar um pacto em relação ao desenvolvimento da ovinocultura. A ideia é que, nos próximos cinco ou dez anos, possamos consolidar essa cultura e entender de fato qual o nosso papel na produção de ovinos no mundo”.

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Secretário adjunto Márcio Madalena representou a Secretaria da Agricultura durante o evento - Foto: Fernando Dias/ Ascom Seapi

Para a diretora-geral do IFSul, Câmpus Bagé, Giulia Vieira, sediar o 3º Simpósio Gaúcho de Ovinocultura é um marco importante para Bagé e região. “Estamos promovendo discussão, possibilidades, pesquisas e ações de um importante e potente nicho de produção no Rio Grande do Sul, que é a cadeia produtiva da carne ovina”, destacou.

“A partir de painéis e de pesquisas desenvolvidas no Estado, poderemos prever e identificar ações que incentivem a produção de ovinos e a comercialização da carne, desde a criação do animal, identificação de público-alvo e qualidade do produto”, relatou Giulia.

De acordo com a diretora, o IFSul é uma instituição de ensino, pesquisa e extensão que desenvolve atividades e prepara profissionais técnicos e de nível superior para atuarem nas diversas cadeias produtivas do Estado. “É um importante agente no desenvolvimento da produção ovina. Por isso, receber um evento desse porte não só coloca a instituição como cenário de discussão, mas também incentiva, traz conhecimento e possibilidades na formação de profissionais e consequente fomento a esse arranjo produtivo”.

O prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, por sua vez, disse que é preciso trabalhar o conjunto das limitações da cadeia produtiva de ovinos, para que os produtores tenham mais renda. “Algumas das limitações são a concorrência com outras culturas e a melhoria genética, para expandir o mercado da lã ovina, por exemplo. A renda dos produtores vai melhorar com financiamentos a juros mais competitivos. Por isso, temos que fazer políticas públicas efetivas para o setor. Eu acredito no presente e no futuro da ovinocultura gaúcha”.

Painéis

A programação do primeiro dia contou ainda com três painéis que abrangeram os temas “Cenário do Mercado da Carne Ovina”, “Estratégias de Valorização da Carne Ovina Gaúcha” e “Ações de Fomento para Ovinocultura”.

No painel “Ações de Fomento para Ovinocultura”, o médico veterinário da Seapi, Gabriel Fiori, abordou “Políticas Públicas para Ovinocultura Coordenadas pela Seapi”. Conforme ele, entre as principais está o Fundovinos, que, ao longo dos anos, vem ajudando a cadeia com ações de fortalecimento como apoio às feiras e eventos, subsídio para realização de exames de epididimite nos carneiros, além do acordo de cooperação firmado com a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) paro o desenvolvimento de ações de fomento a serem executadas nos próximos 36 meses, no valor de R$ 4,9 milhões.

“A Seapi também é precursora na criação de um programa sanitário específico para ovinos, o Programa Estadual de Sanidade Ovina (Proeso). O objetivo é controlar, erradicar e prevenir doenças que possam comprometer o nosso rebanho ovino, através de ações de educação sanitária, estudos e monitoramentos epidemiológicos, fiscalização de Trânsito​, entre outras”, especificou.

Palestra Gabriel Fiori
Gabriel Fiori da Seapi falou sobre as ações de fomento para ovinocultura - Foto: Fernando Dias/ Ascom Seapi

Fiori destacou ainda que, no âmbito da pesquisa, o Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF) executa investigações de dentificação, diagnóstico e controle de parasitos e doenças parasitárias, plantas tóxicas, prevalência de maedi-visna em machos ovino, entre outras linhas. Além dos serviços diagnósticos como teste de epididimite ovina, antibiogramas, sorologia para leptospira, necropsia e histopatológico.

“Diante desse protagonismo da Seapi no desenvolvimento da cadeia produtiva da ovinocultura, destaco a importância da participação dos produtores na formulação das politicas públicas, sendo a Câmara Setorial o espaço adequado para o encaminhamento e discussão das demandas”, afirmou Fiori.

Para a especialista em Infraestrutura da Seapi e membro da Secretaria Executiva do Fundovinos, Sabrina Vaz, o 3º Simpósio tem como propósito central discutir os desafios e identificar oportunidades estratégicas para o fortalecimento da cadeia produtiva da carne ovina.

“A ovinocultura gaúcha desempenha um papel relevante na produção agropecuária do Rio Grande do Sul, especialmente em regiões com vocação para sistemas integrados e sustentáveis”, avaliou Sabrina. “No entanto, ainda enfrentamos gargalos estruturais, como a informalidade na comercialização, a baixa escala de produção, limitações logísticas e a necessidade de maior integração entre os elos da cadeia”, acrescentou.

Conforme Sabrina, o Simpósio busca apresentar dados atualizados sobre o mercado, analisar cenários de curto e médio prazo e promover o diálogo entre os diferentes atores envolvidos: produtores, técnicos, indústria, instituições de pesquisa, extensão rural e poder público.

“Acreditamos que, por meio da articulação entre esses agentes, será possível construir estratégias mais eficientes de agregação de valor, organização da oferta e acesso a mercados, contribuindo para a consolidação de uma cadeia mais competitiva e sustentável”, pontuou Sabrina.

No final do segundo dia do evento haverá uma entrega simbólica dos resultados dos trabalhos, com as propostas da cadeia produtiva, para o diretor-geral da Seapi, Márcio Amaral.

Homenagem

Durante o evento, o presidente da Arco, Edemundo Gressler, e a vice-presidente da instituição, Elisabeth Lemos, entregaram uma placa ao secretário adjunto da Seapi, Márcio Madalena, ao diretor-geral da Seapi, Márcio Amaral, e a diretora do DDA, Rosane Collares, pelos 90 anos da Secretaria.

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Homenagem foi entregue durante o evento - Foto: Fernando Dias/ Ascom Seapi

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