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Secagem e armazenagem de grãos nas propriedades rurais em pauta no 8º Webinar do Pró-Milho/RS

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milho
Foto: Fernando Dias/SEAPDR
Por Darlene Silveira/SEAPDR e Adriane Bertoglio Rodrigues/Emater/RS-Ascar

O tema “Secagem e armazenagem de grãos nas propriedades rurais” foi debatido no 8º Webinar Técnico do Pró-Milho/RS nesta quinta-feira (15). Realizado pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e pela Emater/RS-Ascar, o evento online teve transmissão ao vivo e simultânea pelo Facebook e pelo Youtube do Programa Rio Grande Rural da Emater e pode ser conferido no link  https://cutt.ly/8promilho. Participaram mais de 450 pessoas.

O agronegócio é responsável pelo maior PIB do Rio Grande do Sul
"O agronegócio é responsável pelo maior PIB do Rio Grande do Sul".

A secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, cumprimentou os agricultores rurais da cadeia produtiva do Estado e disse que o agronegócio é responsável pelo maior PIB do Rio Grande do Sul. “Estou muito orgulhosa de fazer parte do programa do Pró-Milho, que atende aos nossos produtores. Dessa vez, a sucessão foi de filho para mãe”, disse com satisfação, lembrando que o programa iniciou na gestão de Covatti Filho.

Silvana salientou que, apesar da pandemia, nunca faltou o alimento na mesa dos gaúchos por causa do trabalho de pequenos, médios e grandes produtores. “Aqueles que fazem acontecer em suas lavouras”. E concluiu dizendo que está feliz em ser a primeira mulher a assumir a SEAPDR. “Por isso, pretendo ter um olhar diferenciado, como uma mãe que cuida de sua família. Quero levar esse olhar para a agricultura”.

Ao apostar nas cadeiras produtivas, garantimos que os resultados aconteçam
"Ao apostar nas cadeiras produtivas, garantimos que os resultados aconteçam".

O desenvolvimento de uma tecnologia própria, acessível a todos os produtores e disseminada pelo Estado, sendo referência inclusive para outros municípios do país, foi exaltado pelo presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, ao lembrar o lançamento do Pró-Milho/RS, no dia 7 de fevereiro de 2020, em Chiapeta, pelo governador Eduardo Leite, durante a Abertura Oficial da Colheita do Milho. “É um programa de resultados, que envolve toda a cadeia, do preparo do solo ao armazenamento e irrigação, até a comercialização e o mercado, e isso representa muito para o RS”, ressaltou, ao cumprimentar ainda Silvana Covatti, por ser a primeira secretária estadual da Agricultura do RS.

“Ao apostar nas cadeiras produtivas, garantimos que os resultados aconteçam”, afirmou Sandri, ao lembrar que o milho é um insumo muito importante em várias cadeiras produtivas, para alimentar as criações, por isso sua produção precisa ser incentivada.

Construção rápida e de baixo custo

No Brasil, apenas 15% das propriedades possuem silos armazenadores
"No Brasil, apenas 15% das propriedades possuem silos armazenadores".

A partir do tema "Secagem e armazenagem de grãos nas propriedades rurais", o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Casca, Maurício Luis Dall´Acqua, falou sobre a Construção de Silos Secadores – Modelo Emater/RS-Ascar, e iniciou ressaltando a eficiência do sistema, desenvolvido em Casca em 2000 pelo extensionista Justino Alberti e incentivado pelo também extensionista Ricardo Martins, ambos aposentados da Emater/RS-Ascar, referência na construção de silos de alvenaria armada com indução forçada de ar.

Ao apresentar o panorama mundial da armazenagem de grãos nas propriedades, Dall´Acqua cita os Estados Unidos, onde 60% dos grãos são armazenados na propriedade; na Argentina, 40%; e no Brasil, apenas 15% das propriedades possuem silos armazenadores.

No RS, Casca é considerado um município avançado na atividade, com uma área de milho, “considerável para a região”, de 5 mil hectares plantados, sendo a metade como grãos e a outra metade, silagem. Da área destinada para grãos, a maior parte fica armazenada na propriedade do agricultor.

Entre as vantagens do armazenamento de grãos na propriedade estão a redução dos custos de pós-colheita, a realização da colheita no melhor momento, o controle de umidade e temperatura para garantir a qualidade dos grãos, e a uniformidade dos grãos durante o ano (consumo), convertendo em produtividade animal.

Segundo Dall´Acqua, a construção é simples, rápida, de fácil manejo e baixo custo, já que o produtor pode aproveitar o material que muitas vezes tem na propriedade, como madeiras e tijolos, e mão de obra familiar ou de conhecidos.

Como o silo funciona secando os grãos com ar natural, é imprescindível o acompanhamento técnico da Emater/RS-Ascar, cujo profissional vai orientar, já no início do projeto, o melhor local na propriedade para instalar o silo, evitando áreas próximas de corpos d´água e de matas, ou onde há intensa neblina por longos períodos.

“O projeto é feito pela Emater, e a construção é acompanhada pelo técnico, mas a pesquisa de valores e a aquisição do material, incluindo os ventiladores, é por conta do produtor”, explica Dall´Acqua, ao ressaltar que todas as dúvidas são sanadas numa bem elaborada planilha de Excel, que orienta ainda a colocação e amarração de malhas com ferro e a execução do reboco nas paredes internas e externas do silo. “O local tem que ser coberto, para evitar chuvas no recinto”, destaca, ao citar ainda a importância da ventilação e da pré-limpeza do grão, “tudo para garantir a qualidade do grão armazenado na propriedade”.

Manejo de grãos armazenados

As perdas de grãos armazenados vão de 1 a 10%, dependendo da estrutura do armazém e do manejo técnico
"As perdas de grãos armazenados vão de 1 a 10%, dependendo da estrutura do armazém e do manejo técnico".

O engenheiro agrícola, doutor em Secagem e Armazenagem de Grãos e extensionista rural da Unidade de Cooperativismo de Pelotas - Emater/RS-Ascar, Geverson Lessa dos Santos, abordou o “Manejo de grãos armazenados em silos secadores”.

Ele comentou sobre as perdas quantitativas e qualitativas dos grãos, ocorridas durante as etapas de secagem e armazenagem e a importância da realização destas etapas, de forma adequada, dentro da propriedade rural, para que assim seja possível minimizar essas perdas, agregar valor ao produto e ampliar a renda dos agricultores. “As perdas de grãos armazenados vão de 1 a 10%, dependendo da estrutura do armazém e do manejo técnico”, explicou.

Santos apresentou os métodos de secagem mais indicados e viáveis para o armazenamento na propriedade, além dos princípios básicos envolvidos para a conservação dos grãos em silos secadores, assim como sua relação com os fatores ambientais presentes e o manejo adequado para o controle de pragas e a manutenção da qualidade dos grãos. “Os métodos de secagem de grãos utilizados são secadores contínuos, secadores intermitentes ou secadores de leito fixo (chamados também de silos secadores)”.

construção de silo em Rio  Grande
Construção de silo em Rio Grande. Foto: Divulgação Emater/RS-Ascar

Conforme o engenheiro agrícola, o método mais indicado e viável para a armazenagem na propriedade, principalmente para pequenos e médios produtores, é o silo secador. “É um silo (depósito normalmente redondo, construído com tijolos ou com chapas metálicas), onde se deposita os grãos úmidos e se secam os grãos lá dentro com a passagem de um fluxo de ar gerado por um ventilador apropriado. Assim que esses grãos atingem umidades próximas a 13%, considerados grãos secos, estes grãos são mantidos dentro deste mesmo silo, armazenados, monitorando-se e controlando-se o seu estado de conservação”, esclareceu.

Santos destacou que o sistema de secagem e armazenagem apresenta a vantagem de ser o de menor custo de instalação e de operação, sendo o mais viável principalmente para a agricultura familiar. “Silos secadores de diferentes tamanhos, dimensões e capacidades podem ser projetados pelos extensionistas da Emater e construídos por mão de obra local, com materiais de construção (tijolos, cimento, areia, ferros de construção e madeira) de fácil aquisição”.

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